domingo, 9 de dezembro de 2018

A Lei e o Evangelho estão de mãos dadas

Um amigo internauta chamado Davi, após acessar meu site www.leandroquadros.com.br , fez as seguintes observações:
“Prof. Leandro Quadros: alguns blogs têm surgido contra o adventismo e pregado contra a Lei de Deus […] Eles dizem que a lei foi abolida e trazem justificativas aparentemente novas, e que até parecem verdadeiras. […] Afirmam que a Lei e a graça são totalmente contrárias. Logo, se cremos em um, não podemos crer no outro. No caso da lei e do sábado, ao mostrarmos versos que provam ser o sétimo dia ainda importante para nossa experiência cristã, dizem que o nosso descanso atual é Cristo. Como posso responder a esses críticos?”(Adaptado). 
A seguir, minha breve resposta dada a ele, e que compartilho com você aqui no blog do programa “Na Mira da Verdade”: 

Tais críticos fazem uma falsa dicotomia entre a Lei e o Evangelho. Podemos provar isso (claro: muitos são teimosos e rebeldes e não aceitam) lendo apenas alguns textos, na seguinte linha de raciocínio: 

1º) Em Romanos 3:19, 20 Paulo diz que não somos salvos pela lei porque a função dela é nos dar conhecimento de que somos pecadores. Essa função da lei é novamente apresentada pelo apóstolo em Romanos 7:7. "Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Contudo, eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: "Não cobiçarás."

 2º) Em complemento a isso, Paulo diz em Romanos 7:12 que a Lei é “santa, justa e boa”, ou seja: ela reflete o caráter de Deus, seu Legislador (Is 33:22): um caráter santo, justo e bom.
Porque o Senhor é o nosso juiz; o Senhor é nosso legislador; o Senhor é o nosso rei; ele nos salvará.

3º) Já em Romanos 7:14, ele afirma que a lei é “espiritual”. Isso significa que ela é de origem divina. Desse modo, a lei deve ser observada espiritualmente, pela fé (Rm 1:5 e 16:26) e jamais como um “meio” de salvação (Ef 2:8-9; Gl 3:1-3).

Agora, veja como a Lei e o Evangelho estão de “mãos dadas”: 

É a partir do momento em que contemplamos a lei e vemos o quanto somos pecadores por não conseguirmos viver 100% dentro dos padrões dela, é que sentimos a necessidade de um Salvador, que é Cristo – e mais ninguém! (At 4:12)
E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.

Se tirarmos a Lei de nossa experiência cristã, não teremos aquele “espelho” que mostra nossa condição pecaminosa para que corramos para os braços de Jesus – o único que pode “nos limpar” por Sua graça e Justiça (Rm 3:25, 26).
25. ao qual Deus propôs como propiciação, pela fé, no seu sangue, para demonstração da sua justiça por ter ele na sua paciência, deixado de lado os delitos outrora cometidos; 26. para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e também justificador daquele que tem fé em Jesus.

Além disso, se a Lei tivesse sido abolida, a cruz perderia todo o sentido. Afinal, Cristo teria morrido para pagar o quê? Por qual pecado Ele teria morrido se não houvessem padrões morais que tivessem sido transgredidos pela humanidade? Como bem disse Paulo em Romanos 5:13: “o pecado não é levado em conta quando não há lei”. Sendo que há pecado, isso prova que existe uma Lei que é transgredida e pela qual o próprio Deus pagou para nos dar a vida eterna em Cristo! 

A respeito desse assunto, assim se posicionou uma Bíblia de Estudo evangélica (de não observadores do sábado), em uma nota de rodapé a respeito de Romanos 3:31: “As leis morais de Deus não são abolidas pelo evangelho de Cristo. Ao invés disso, todo o plano de salvação, incluindo a obediência de Cristo à Lei por nós e sua morte para pagar a penalidade por termos violado a Lei, mostra que os padrões morais de Deus são eternamente válidos.” (Bíblia de Estudo Plenitude. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2001, p. 1155). 
Anulamos, pois, a lei pela fé? De modo nenhum; antes estabelecemos a lei.

Percebeu a incoerência dos críticos em tentarem anular a Lei de Deus, ainda mais tendo em vista as palavras de Jesus em Mateus 5:17-19
17. Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. 18. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só jota ou um só til, até que tudo seja cumprido.

Desse modo, o fato de o sábado ser um símbolo do descanso espiritual que desfrutamos em Jesus todos os dias (Hb 4) em nada afeta o mandamento. 
Continuamos tendo essa obrigação moral e espiritual para com Deus (Ex 20:8-11; compare com Ap 14:6, 7 e 12) como sinal de nossa aliança de amor e respeito a Ele (Ez 20:12, 20, 21). 
Apocalipse 14: 6. E vi outro anjo voando pelo meio do céu, e tinha um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo, 
7. dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas. 
8. Um segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição. 
9. Seguiu-os ainda um terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na fronte, ou na mão, 
10. também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se acha preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. 
11. A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, nem aquele que recebe o sinal do seu nome. 12. Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.

Prova disso encontramos em Hebreus 4, onde o autor, para nos impulsionar a descansarmos em Jesus, utiliza-se do sábado e não do domingo para ilustrar o descanso em Cristo, pela fé nEle. 
Se o domingo tivesse sido usado como símbolo do repouso espiritual, teríamos de concordar com os críticos.

Alguma mudanças históricas reforçam a resposta: Click no link e verifique a história...
O primeiro decreto dominical ocorreu em 7/3/321 - Promulgado pelo imperador romano Constantino;
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89dito_de_Constantino

Observação: Em sua criação Deus, não só abençoou, mas também, santificou o sétimo dia (Gênesis 2:3). 
Em outro momento Deus escreve os mandamentos em pedras, com o seu próprio dedo (Êxodo 31:18).

Veja que não há intermediário nessas ações, pois, tem que ficar bem claro que são momentos únicos, para que não fique nenhuma dúvida sobre os mandamentos, pois o próprio Deus abençoou e santificou o sétimo dia e escreveu os mandamentos que foram alterados pelo homem com o passar dos tempos, conforme o link acima, andando contrário a vontade do Criador.

Porém, esse não é o caso e, por isso, eles precisam ser humildes em reconhecer que estão errados em ensinar a abolição da lei, permitindo que o Espírito ilumine a mente deles.
Não tenho dúvidas de que a oração do Salmo 119:18 deveria fazer parte da rotina espiritual dos antinomistas (que são contrários à nomos – o mesmo que lei, quando traduzido do grego para o português):

“Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei.” 

Espero que essas breves considerações o tenham ajudado. Para se aprofundar mais no assunto, recomendo a leitura do excelente capítulo escrito por Mário Veloso no Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011, p. 510-548), intitulado “A Lei de Deus”. O 14o capítulo, intitulado “O Sábado” (p. 549-597), escrito por outro grande teólogo, Kenneth A. Strand, também apresenta a doutrina do sábado de maneira profunda, cristocêntrica e irrefutável.

Fonte:http://novotempo.com/namiradaverdade/a-lei-e-o-evangelho-estao-de-maos-dadas/

Até a próxima postagem

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